Gatos soltos no condomínio: O que o síndico pode fazer?
Os gatos soltos no condomínio, principalmente nas áreas comuns, são um desafio para síndicos e administradoras. Embora esses animais sejam queridos por muitos, sua presença fora de controle pode gerar conflitos e prejudicar a convivência entre moradores.
Nesse cenário, o papel do síndico é essencial para a mediação e a criação de soluções eficazes.
De acordo com o Censo Condominial 2024/25, mais de 25% dos animais presentes nos condomínios são gatos. Ainda que o número total de animais de estimação seja menor do que nas residências, é preciso considerar que a convivência nos condomínios também é diferente.
Por isso, é fundamental que os gestores estejam bem informados sobre as leis e diretrizes que envolvem a posse responsável de animais, para garantir uma convivência harmoniosa e sem complicações jurídicas.
Neste conteúdo, vamos explorar as melhores práticas que um síndico pode adotar ao lidar com gatos soltos no condomínio. Com base em orientações jurídicas e administrativas, mostramos como resolver essas situações de maneira eficaz.
Índice
- A presença de gatos nos condomínios
- Posso ter gatos na minha unidade?
- Pode proibir gatos em condomínio?
- O que diz a Lei sobre gatos nos condomínios?
- O aumento dos gatos soltos nos condomínios
- O que fazer com gatos soltos no condomínio?
- Como fazer o controle de animais no condomínio?

A presença de gatos nos condomínios
A convivência com animais de estimação nos condomínios já é uma realidade consolidada. Contudo, a circulação de gatos soltos nas áreas comuns tem gerado debates entre síndicos, administradoras e moradores.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), o Brasil abriga 30 milhões de gatos, mas com crescimento contínuo, especialmente em ambientes urbanos como os condomínios.
De acordo com o Censo Condominial 2024/25, os gatos representam cerca de 27% dos animais de estimação presentes nos condomínios, atrás apenas dos cachorros, que representam cerca de 45%.
Embora muitas pessoas acreditem que os gatos sejam independentes e menos perigosos do que cachorros, a presença descontrolada de felinos soltos pode acarretar riscos à segurança, à saúde e à convivência pacífica entre os condôminos.
Além disso, é comum que os animais acabem acessando áreas inadequadas ou provocando desconforto a moradores alérgicos ou com fobia.
Por isso, mesmo que os gatos sejam dóceis e queridos por muitos, é essencial que a gestão condominial adote regras claras sobre a permanência e circulação desses animais.
A uCondo, com sua expertise em gestão condominial inteligente, tem acompanhado de perto as transformações nos hábitos dos moradores e oferece soluções práticas para evitar conflitos e promover uma convivência harmoniosa.
No vídeo abaixo, trazemos algumas dicas para a convivência com animais nos condomínios:
Pode ter gato em condomínio?
Sim, pode. A presença de gatos em condomínios é permitida por lei, desde que o animal não ofereça riscos à saúde, segurança ou sossego dos demais moradores.
De acordo com o artigo 1.228 do Código Civil, o tutor pode exercer plenamente sua propriedade, inclusive compartilhando ela com animais de estimação.
Entretanto, essa liberdade encontra limites no respeito aos direitos de vizinhança, conforme definido no artigo 1.277.
Ele estabelece que o uso do imóvel não pode prejudicar a segurança, o sossego e a saúde dos demais moradores (vizinhos).
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Pode proibir gatos em condomínio?
Não, o condomínio não pode proibir a presença de gatos nos apartamentos, pois isso configura violação ao direito de propriedade.
Inclusive, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) já firmou jurisprudência nesse sentido, garantindo aos tutores o direito de manter seus animais de estimação em casa.
Isso pode acontecer desde que o animal não comprometa o sossego e a segurança coletiva, como destacado no artigo 1.277 do Código Civil.
No entanto, o condomínio pode estabelecer regras para a circulação dos gatos nas áreas comuns, especialmente para evitar riscos de acidentes, sujeira ou desconforto entre os moradores.
Por exemplo: em alguns condomínios, a convenção pode exigir que os gatos sejam transportados no colo ou em caixas apropriadas ao transitar por corredores e elevadores.
O que diz a Lei sobre gatos nos condomínios?
O direito à posse de animais está protegido pelo artigo 1.228 do Código Civil, que assegura ao morador o pleno exercício de sua propriedade, inclusive dentro de imóveis localizados em condomínios residenciais.
Além disso, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) já reconheceu, em diversas decisões, que a simples presença de um animal doméstico na unidade não pode ser impedida pelo condomínio, salvo se houver provas concretas de riscos à coletividade.
Outro ponto importante é o respeito à função social da propriedade e aos direitos de vizinhança, tratados nos artigos 1.277 a 1.279 do Código Civil.
Isso significa que o tutor pode ter o gato em casa, mas deve evitar situações que causem barulho excessivo, odores fortes ou prejuízo à coletividade.
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O aumento do número de gatos soltos
Nos últimos anos, a presença de gatos em condomínios cresceu consideravelmente, acompanhando uma mudança no perfil dos tutores de pets.
Segundo dados do Instituto Pet Brasil, nos últimos dez anos, o número de gatos nas residências brasileiras apresentou um crescimento anual de 8,1% — o dobro do ritmo dos cães.
Essa tendência reflete uma preferência crescente por animais que exigem menos espaço e adaptação ao estilo de vida urbano. E isso se reflete, também, nos condomínios.
Muitas pessoas que vivem em apartamentos optam por gatos porque eles são mais silenciosos, demandam menos atenção constante e conseguem se entreter sozinhos por longos períodos.
Além disso, os felinos não precisam sair para passear, o que facilita a rotina de quem vive em grandes cidades ou passa o dia fora de casa.
Outro fator relevante é a existência de raças hipoalergênicas, como o gato Siberiano, Devon Rex e Balinês, que reduzem o risco de crises alérgicas e tornam a convivência com o animal mais viável para pessoas sensíveis.
Desta forma, famílias que antes evitavam pets por motivos de saúde agora se sentem seguras para adotar.
Ainda que a maioria dos tutores mantenha os gatos dentro das unidades, há um aumento de casos de felinos soltos em áreas comuns, o que pode gerar conflitos.
Gatos circulando por escadas, halls e jardins podem causar incômodos, especialmente se houver outros animais no prédio.
O que fazer com gatos soltos no condomínio?
A presença de gatos soltos nas áreas comuns de um condomínio é uma situação que pode gerar desconforto entre os moradores e até comprometer a convivência pacífica.
No entanto, é importante agir de forma equilibrada e informada para que todos possam conviver de maneira harmoniosa.
Aqui estão algumas ações práticas que síndicos e administradoras podem tomar para resolver esse problema:
1. Estabelecer regras claras: A primeira medida é garantir que o regimento interno do condomínio aborde a questão dos animais de estimação, incluindo regras específicas sobre a circulação de gatos nas áreas comuns. Por exemplo, proibir que o animal ande solto por corredores e elevadores. A comunicação clara dessas normas ajudará a evitar mal-entendidos e conflitos entre moradores.
2. Registrar todos os animais: Manter um registro atualizado de todos os pets, incluindo gatos, é essencial. Esse registro pode ajudar a identificar os tutores responsáveis por animais que estão circulando pelas áreas comuns sem controle. Assim, será mais fácil entrar em contato com os responsáveis e pedir para que o animal seja recolhido à sua unidade.
3. Orientar os tutores sobre o controle de circulação: É essencial educar os tutores sobre a importância de não deixar seus gatos circularem soltos, principalmente nas áreas comuns. A uCondo permite que você envie comunicados personalizados para os responsáveis, informando sobre as regras do condomínio e sobre as implicações de descumprir as normas estabelecidas.
4. Adotar medidas de segurança: Para prevenir que os gatos saiam de suas unidades, revise as áreas comuns do condomínio. Certifique-se de que portas e janelas estejam bem vedadas, além de garantir que o acesso às áreas externas seja seguro. Isso pode ser feito com a instalação de redes de proteção ou adaptando os espaços onde os gatos costumam escapar.
5. Estabelecer punições para descumprimento das normas: Caso as medidas anteriores não surjam efeito, punições claras e justas podem ser estabelecidas, como advertências formais ou multas. Contudo, antes de aplicar qualquer punição, é importante garantir que as regras estejam bem definidas e que todos os moradores estejam cientes delas.
Como fazer o controle de animais no condomínio?
Para fazer o controle de animais no condomínio, é essencial adotar estratégias eficazes para evitar situações desconfortáveis ou conflitantes.
A boa notícia é que, com o auxílio de tecnologia, esse processo pode ser mais simples e organizado.
Uma das maneiras mais eficazes de controlar os animais no condomínio é o uso de um sistema que registre todos os pets de forma centralizada.
O aplicativo uCondo oferece um cadastro completo de animais, permitindo que síndicos e administradoras mantenham um controle preciso dos animais residentes, incluindo informações como raça, porte, e nome do tutor.
Com esse cadastro digital, é possível:
- Monitorar o cumprimento das normas sobre circulação dos pets.
- Facilitar a comunicação com os tutores em caso de descumprimento de regras.
- Evitar gatos e outros animais soltos nas áreas comuns, já que o síndico pode facilmente identificar e contatar o tutor do pet envolvido.
- Notificar moradores automaticamente sobre comportamentos indesejados ou sobre novas regras relacionadas aos animais.
Esse tipo de gestão digital ajuda a otimizar o processo, tornando o controle mais eficiente e ágil.
Além disso, o uCondo também oferece uma interface amigável que facilita tanto a administração quanto a comunicação com os moradores.
Assista o vídeo abaixo e saiba como o sistema funciona:
🐈 Teste agora: Sistema para cadastro de pets no condomínio
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