Comissão aprova obrigatoriedade do laudo técnico em prédios e condomínios
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 6014/13, que cria o Laudo de Inspeção Técnica de Edificação (Lite). Ele torna obrigatória a realização periódica de inspeções em prédios e condomínios.
O texto, de autoria do deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO), segue agora para análise do Senado Federal.
A proposta determina que os condomínios realizem vistorias técnicas regulares para avaliar as condições de uso, manutenção e segurança das edificações, uma medida que pode impactar diretamente síndicos e administradoras.
“Essa proposta representa um avanço importante para a segurança predial no Brasil. Muitos acidentes poderiam ser evitados se houvesse uma cultura de manutenção preventiva e inspeção técnica obrigatória”, explica o engenheiro civil João Paulo Schmegel, que faz vistorias e emite laudos com cada vez mais frequência.

O que é um laudo técnico?
O laudo técnico é um documento elaborado por um profissional habilitado, como engenheiro ou arquiteto, que apresenta uma avaliação detalhada das condições de uma edificação.
Ele reúne observações, medições e registros fotográficos obtidos durante uma inspeção técnica, e serve para atestar a segurança, estabilidade e funcionalidade de um imóvel.
No contexto condominial, o laudo técnico é uma ferramenta de gestão preventiva: ele identifica falhas estruturais, infiltrações, desgastes ou irregularidades que podem comprometer a segurança dos moradores e o patrimônio coletivo.
“O laudo técnico é como um exame médico para o prédio. Ele mostra o que está saudável e o que precisa de atenção imediata. Sem esse diagnóstico, a administração fica no escuro”, explica o engenheiro João Paulo Schmegel.
Além de embasar decisões sobre manutenções e reformas, o laudo também tem valor jurídico, podendo ser exigido em vistorias de órgãos públicos, disputas judiciais ou processos de seguro.
Em resumo, é o documento que garante segurança, transparência e responsabilidade técnica na gestão do condomínio.
O que deve constar em um laudo técnico?
O laudo técnico deverá apresentar uma avaliação detalhada das condições da edificação, incluindo:
- Estrutura física (fundações, pilares, vigas, lajes e fachadas);
- Instalações elétricas e hidráulicas;
- Sistemas de prevenção e combate a incêndios;
- Cobertura e impermeabilização;
- Acessibilidade e funcionalidade das áreas comuns.
Segundo o engenheiro João Paulo Schmegel, o documento deve ser elaborado com base em inspeções presenciais, medições e registros fotográficos.
“O Lite não é apenas uma formalidade. É uma ferramenta de diagnóstico que orienta as ações de manutenção e evita que pequenas falhas se transformem em problemas estruturais graves”, destaca Schmegel.
Quem pode emitir um laudo técnico?
Somente profissionais habilitados, como engenheiros civis e arquitetos, poderão elaborar o Lite.
O projeto exige que o documento seja acompanhado de uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) ou Registro de Responsabilidade Técnica (RRT), garantindo que o profissional responda legalmente pelas informações apresentadas.
“A ART é um instrumento de segurança jurídica tanto para o condomínio quanto para o engenheiro. Ela comprova que o laudo foi feito por alguém capacitado e registrado no conselho profissional competente”, explica Schmegel.
Prazos definidos pela proposta
O substitutivo aprovado pela CCJ estabelece que:
- A primeira inspeção deverá ser feita dez anos após a emissão do habite-se;
- As inspeções seguintes deverão ocorrer a cada dez anos;
- Prefeituras poderão definir prazos menores conforme a idade, tipo ou conservação do prédio.
Essa periodicidade busca equilibrar segurança e viabilidade financeira, evitando custos excessivos, especialmente para condomínios menores.
Quais edificações não precisam de laudo?
A obrigatoriedade não se aplicará a residências unifamiliares, barragens ou estádios de futebol — que já possuem legislação própria.
Além disso, o texto assegura gratuidade para templos religiosos e entidades sem fins lucrativos, evitando que a exigência gere impacto financeiro em instituições assistenciais.
Os impactos para síndicos e administradoras
Se aprovada no Senado, a medida exigirá maior planejamento das manutenções prediais e organização documental por parte dos síndicos.
O Lite poderá ser solicitado em fiscalizações, assembleias e até em negociações de seguros prediais, reforçando a importância de manter histórico técnico atualizado.
“O síndico deve encarar o Lite como um aliado, não como uma obrigação. Ele traz previsibilidade de custos e ajuda a demonstrar transparência na gestão condominial”, ressalta o engenheiro Schmegel.
Por que o laudo técnico é importante para condomínios?
Nos últimos anos, casos de desabamentos em diferentes regiões do país chamaram atenção para a falta de manutenção adequada em prédios antigos.
Tragédias em Fortaleza, Rio de Janeiro e Recife mostraram o impacto da ausência de inspeções regulares — desde fissuras não tratadas até falhas estruturais graves.
Com o novo projeto, o Lite se tornará um documento essencial para a gestão condominial responsável, reforçando a necessidade de planejamento e controle das manutenções.
Conclusão: segurança e transparência
A criação do Laudo de Inspeção Técnica de Edificação (Lite) marca um passo importante rumo a uma gestão condominial mais segura, preventiva e profissional.
Com inspeções regulares e acompanhamento técnico, síndicos e administradoras poderão reduzir riscos, valorizar o patrimônio e proteger vidas.
Para finalizar, separamos um conteúdo que vai te ajudar a entender melhor a importância da manutenção preventiva nos condomínios:
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