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O Mercado Livre de Energia Elétrica para condomínios

A partir do primeiro dia de janeiro de 2024, empresas e unidades consumidoras do Brasil terão uma mudança significativa no consumo de energia elétrica. Isso porque passará a vigorar a decisão que amplia a adesão ao mercado livre de energia.

De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), mais de 5.301 clientes ligados em alta tensão devem migrar para o mercado livre de energia em 2024.

Esse consumo equivale a apenas 1% da energia demandada mensalmente pelos consumidores no mercado "cativo" ou "regulado", onde estes estão restritos a adquirir energia exclusivamente da distribuidora local.

Com a mudança, algumas empresas já estão trabalhando para garantir com que condomínios possam fazer a transição para este modelo, desde que isso gere economia na conta de energia elétrica.

No novo post do blog uCondo, vamos te explicar como funciona o Mercado Livre de Energia Elétrica, como ele impactará os condomínios e quais os benefícios para os moradores.

Índice:

energia elétrica no condomínio residencial
Condomínios também poderão aderir ao Mercado Livre de Energia Elétrica.



O que é mercado livre de energia?

O Mercado Livre de Energia Elétrica é um sistema no qual os consumidores, especialmente aqueles em alta tensão, como comércios e indústrias, têm a possibilidade de escolher seus fornecedores de energia.

O mercado livre de energia opera no Brasil desde 1996; no entanto, as normas para a migração anteriormente limitavam a contratação a grandes consumidores, estabelecendo uma exigência de demanda superior a 1.000 quilowatts (kW), ou 500 kW no caso de fontes renováveis.

Agora, esses consumidores podem negociar preços diretamente com comercializadores, em vez de estarem vinculados exclusivamente à distribuidora local. 

Essa alternativa está em evidência devido a mudanças regulatórias, permitindo que consumidores em alta tensão migrem para o mercado livre a partir de janeiro de 2024.




Como funciona o mercado livre de energia?

O Mercado Livre de Energia Elétrica funciona da seguinte forma:

  • Migração de Consumidores: Com base em mudanças regulatórias, consumidores, principalmente em alta tensão, têm a oportunidade de migrar do mercado "cativo" ou "regulado", onde estão vinculados à distribuidora local, para o mercado livre. Essa migração está sujeita a regulamentações específicas e requer notificação à distribuidora com antecedência.

  • Escolha de Fornecedores: No mercado livre, os consumidores têm a liberdade de escolher seus fornecedores de energia elétrica. Isso significa que eles podem negociar contratos diretamente com comercializadores, que atuam como intermediários na compra e venda de energia.

  • Negociação de Preços e Condições Contratuais: Uma característica fundamental do mercado livre é a possibilidade de negociar preços e condições contratuais de forma mais flexível. Consumidores e comercializadores podem acordar contratos personalizados que atendam às necessidades específicas de cada parte, proporcionando maior flexibilidade em comparação com os contratos padronizados do mercado cativo.

  • Competitividade: A abertura do mercado promove um ambiente mais competitivo, incentivando comercializadores a oferecerem condições mais atrativas para conquistar clientes. Isso pode resultar em benefícios econômicos para os consumidores, como redução de tarifas.

  • Comercializadoras Varejistas: A partir de janeiro de 2024, os consumidores aptos a migrar para o mercado livre precisarão fazer isso por meio de uma comercializadora varejista. Essas empresas representam os consumidores junto à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e facilitam o processo de migração.

Assista o vídeo abaixo e saiba mais:




Quem pode ser do mercado livre de energia?

Poderão aderir ao Mercado Livre de Energia Elétrica todos os consumidores em alta tensão, que tenham uma demanda acima de 2,3 quilovolts (kV). 

No entanto, as regras estabelecidas excluem os consumidores em baixa tensão, como residências e áreas rurais, que continuarão adquirindo energia exclusivamente de suas distribuidoras locais.




Condomínios podem aderir ao Mercado Livre de Energia Elétrica?

Sim, os condomínios residenciais também poderão aderir ao Mercado Livre de Energia Elétrica, já que estes se enquadram na categoria “Consumidor Especial”.

Neste caso, o condomínio representa um conjunto de unidades consumidoras localizadas em área adjacente (próxima) ou de mesmo CNPJ.

Para isso, a carga deve ser maior ou igual a 500 kW e pertencente ao Grupo A. 

De acordo com especialistas, ao adentrar o mercado livre, condomínios e apartamentos têm a possibilidade de diminuir entre 10% a 20% do montante mensal destinado ao consumo de energia elétrica.

A adesão de condomínios ao Mercado Livre de Energia Elétrica, inclusive, já possui alguns aliados importantes. É o caso da Plin Energia, uma empresa paranaense que já atende as regiões Sul e Centro-Oeste, prometendo até 20% de economia mensal com energia elétrica.




Quanto um condomínio gasta de energia?

O gasto de energia de um condomínio pode variar consideravelmente com base em vários fatores, incluindo o tamanho do condomínio, o número de unidades, as comodidades oferecidas, a eficiência energética do edifício, o clima da região e as práticas de gestão de energia implementadas.

A despesa com energia elétrica exerce uma influência significativa nas taxas condominiais, podendo representar de 5% a 20% dos gastos mensais em um apartamento.




Economia com o Mercado Livre de Energia

O Condomínio Ingleses Holiday Center, situado no bairro Ingleses do Rio Vermelho, em Florianópolis (SC), deu um passo significativo em direção à eficiência energética ao aderir ao Mercado Livre de Energia. 

Condomínio Ingleses Holiday Center utilizou energia solar para gerar economia.

Essa mudança estratégica representa uma economia estimada em mais de R$ 800 mil por ano.

Com mais de 100 apartamentos, o Ingleses Holiday Center optou por participar do Ambiente de Contratação Livre (ACL) por meio de uma empresa comercializadora. 

Além da redução expressiva nas despesas com energia, o condomínio agora oferece uma comodidade adicional aos seus hóspedes e moradores: carregadores para veículos elétricos.

Santa Catarina testemunha um movimento crescente na migração para o Mercado Livre de Energia, com mais de duas mil empresas do estado aptas a fazerem a transição. 

Setores diversos, como indústria, supermercados, comércio varejista e atacadista, além de condomínios, estão colhendo os benefícios dessa mudança.

A iniciativa do Ingleses Holiday Center ressalta como a modernização no setor energético pode traduzir-se em vantagens concretas para os condomínios. 

Ao explorar alternativas mais sustentáveis e econômicas, o condomínio não apenas reduz suas despesas, mas também contribui para um futuro mais verde e consciente. 




Inovação sustentável com o uso de energia solar

A busca por soluções sustentáveis na construção civil tem se tornado uma prioridade, e recentemente, um empreendimento inovador em Belo Horizonte está se destacando nesse cenário. 

O Spazio Parthenon, construído pela MRV Engenharia, não apenas adotou a energia solar para as áreas comuns, como também implementou um sistema de geração fotovoltaica individual para cada uma das 440 unidades do condomínio.

O gestor executivo de suprimentos da MRV, Luis Henrique Capanema, revela que a usina fotovoltaica do condomínio possui uma potência impressionante de 437,25 kWp, resultando em uma geração mensal de aproximadamente 52.800 kWh. 

Esse feito foi possível graças à instalação de 1.650 placas solares, representando um investimento significativo de mais de R$ 1,5 milhões.

Em termos práticos, cada apartamento poderá desfrutar de uma geração mensal de 120 kWh. 

Destes, 105 kWh serão destinados ao consumo individual de cada unidade, proporcionando uma autonomia energética considerável. Além disso, 15 kWh/mês serão direcionados para abastecer as áreas comuns do condomínio.

Luis Henrique destaca que, do ponto de vista financeiro, essa iniciativa representa uma economia anual substancial, chegando a aproximadamente R$ 520 mil. 

O modelo adotado permite que os moradores usufruam de energia limpa para suprir suas necessidades diárias, ao mesmo tempo em que contribuem para a redução da pegada de carbono e promovem a sustentabilidade.

Além disso, um aspecto interessante do sistema é a possibilidade de acumular créditos de energia, caso os moradores não consumam toda a produção gerada pelo sistema. Esses créditos podem ser utilizados ao longo de até 60 meses.




A leitura de consumos no condomínio

Em um condomínio residencial, a economia de energia elétrica passa pela otimização da leitura de consumos. Um sistema de gestão condominial, como o uCondo, pode ser um importante aliado para síndicos e gestores nesta tarefa.

Integrando-se aos medidores individuais de cada unidade, o sistema coleta dados precisos sobre o consumo de energia elétrica, proporcionando uma visão detalhada do padrão de utilização em todo o condomínio.

Com a leitura individualizada de consumos, os moradores têm acesso direto às informações sobre seu próprio consumo de energia. Essa transparência promove a conscientização e incentiva práticas mais responsáveis, contribuindo para a redução do desperdício.

O sistema ainda oferece relatórios detalhados sobre o consumo de energia, possibilitando uma análise aprofundada ao longo do tempo. Esses relatórios são ferramentas valiosas para a tomada de decisões informadas sobre melhorias na eficiência energética do condomínio.

Para ajudar você nessa tarefa, a uCondo disponibiliza um Kit completo sobre o Controle da Leitura dos Consumos. Com ele, você poderá aprender todos os detalhes necessários para a gestão desses recursos.

Cadastre-se abaixo para receber o material gratuito:

Como funciona a leitura de energia elétrica de um condomínio?

A leitura de energia elétrica em um condomínio segue um processo padronizado, envolvendo a medição, registro e faturamento do consumo de eletricidade de cada unidade.

Em geral, o processo funciona da seguinte forma:

  1. Medidores Individuais: Cada unidade no condomínio possui um medidor individual de energia elétrica. Esses medidores são instalados nas entradas de cada apartamento ou casa e registram o consumo específico de cada unidade.

  1. Leitura dos Medidores: Periodicamente, geralmente mensalmente, um técnico da distribuidora de energia ou uma empresa terceirizada realiza a leitura dos medidores. Esse profissional percorre o condomínio, acessando cada unidade para registrar os valores indicados nos medidores.

  1. Registro dos Consumos: Os valores lidos são registrados e associados a cada unidade específica. Essa informação é utilizada para calcular o consumo mensal de eletricidade de cada unidade, geralmente em kilowatt-hora (kWh).

  1. Faturamento: Com base nos consumos registrados, a distribuidora de energia emite faturas individuais para cada unidade do condomínio. Essas faturas detalham o consumo de eletricidade, as tarifas aplicadas e quaisquer outros encargos ou impostos.

Quando as unidades não possuem medidores individuais, a cobrança pode ser diferente. Nos condomínios com medidores coletivos que registram o consumo total do edifício, há a necessidade de um processo de rateio interno. 

Nesses casos, a administração do condomínio realiza um cálculo para dividir o custo total de eletricidade entre as unidades, comumente com base na fração ideal de cada unidade.

O mesmo se aplica para a energia elétrica consumida nas áreas comuns do condomínio, também dividida entre os moradores e inclusa na taxa de condomínio.




Como economizar energia elétrica em condomínio?

Economizar energia elétrica em um condomínio é uma prática importante para reduzir custos, promover a sustentabilidade e conscientizar os moradores sobre o uso eficiente de recursos. 

Por isso, para finalizar este post, destacamos algumas estratégias para economizar energia em condomínios:

  • Substituição de Lâmpadas: Troque lâmpadas incandescentes por opções mais eficientes, como lâmpadas LED. Elas consomem menos energia e têm uma vida útil mais longa.

  • Sensores de Presença: Instale sensores de presença em áreas comuns, como corredores, escadas e garagens. Isso garante que as luzes se acendam apenas quando necessário.

  • Iluminação Natural: Aproveite a luz natural mantendo cortinas e persianas abertas durante o dia. Isso reduzirá a necessidade de iluminação artificial.

  • Medidores Individuais: Considere a instalação de medidores individuais para cada unidade. Isso incentiva a responsabilidade individual e pode motivar os moradores a economizar energia.

  • Conscientização dos Moradores: Realize campanhas de conscientização sobre o consumo de energia, incentivando práticas como desligar luzes ao sair de ambientes e utilizar eletrodomésticos de forma consciente.

  • Painéis Solares: Avalie a viabilidade de instalar sistemas de energia solar. Isso pode reduzir a dependência da rede elétrica convencional.

  • Manutenção de Elevadores: Certifique-se de que os elevadores estejam bem ajustados e em boas condições, evitando desperdícios de energia.

Ao combinar diversas estratégias e envolver os moradores, os condomínios podem alcançar significativas economias de energia, beneficiando tanto as finanças quanto o meio ambiente.

Postado em  

November 21, 2024

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